terça-feira, 27 de março de 2007

Um texto para a Leah

Já fui casado várias vezes, nunca por tanto tempo quanto agora.

Para todas as minhas mulheres, fiz milhares de concessões. Até os jogos do Grêmio eu deixava de ver.

Já a Leah, pobre Leah, nunca teve esses privilégios.

Desde que estamos juntos, foram poucos os jogos que deixei de assistir, no estádio ou em casa.

Hoje, que é dia de jogo na Libertadores, que é quase uma questão de vida ou morte, que fazem anos que a gente não joga esse campeonato, justo hoje, a Leah resolveu fazer aniversário.

Aliás, ela tem essa mania de fazer aniversário todos os dias 27 de março desde que nos conhecemos. Investigando com a família, descobri que há tempos ela monopolizou a data.

Em outros anos, quando eu tinha dinheiro e podia dar presentes caros e bacanas, talvez eu não me preocupasse tanto em estar ao lado dela durante os 90 minutos do jogo do Grêmio hoje.

Como não é o caso – esse mês eu já não tive dinheiro pra comprar roupa e ir a um casamento e, atualmente, nem pro colírio eu tenho – resolvi ficar ao lado da minha mulher na hora do jogo. Ou quase ao lado, já que ela vai ver a novela e eu vou ver o jogo. Mas quando acabar a novela, a coitadinha vai ter que passar uma parte do aniversário vendo o tricolor massacrar os feladasputascarcarássanguinolentosdemerda do Tolima.

Afinal de contas, não é porque ela tá de aniversário que não vai se sacrificar um pouquinho.

Feliz aniversário, meu amor. E obrigado por me agüentar.

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