domingo, 10 de junho de 2007

Um baile à meia-luz

Vasco da Gama 4 x 0 Grêmio

Brasileirão 2007 - Quinta Rodada - Estádio São Januário - Rio de Janeiro

O que dizer do jogo de ontem?

Nosso time reserva contra o Vasco da Gama, em São Januário, entre uma partida empolgante e apavorante da semifinal da Libertadores e o primeiro jogo decisivo do nosso grande objeto de desejo, que é sempre conquistar o título continental e brigar pelo mundial. É meio caminho para uma tragédia.

Ontem, a falta de opções do Mano era tão grande que ele teve que contrariar os seus principios e escalar Jucemar. Na boa, o menino sofreu com a jogada do Vasco pela esquerda do ataque, mas joga infinitamente mais do que os improvisados por ali (tá bem, o Gavilán manda melhor do que ele, mas o paraguaio é titular com a 5). Entre outras coisas, nosso lateral-direito reserva do reserva do reserva até fez uma jogada espetacular na direita, driblando todo mundo que apareceu na frente dele para fazer um cruzamento com a perna esquerda que não funcionou muito bem.

Pereirão, o capitão do time, teve seu trabalho bastante dificultado pela parceria. Nunes atuou como quarto-zagueiro por 45 minutos que, acredito, foram os primeiros e últimos em sua carreira. Novamente, o nosso volante polivalente teve participação destacada nos gols: cometeu o pênalti no primeiro, não apareceu na área no segundo e foi espetacularmente driblado no terceiro.

Se o segundo gol, aos 42 minutos, já marcava o apagar das luzes até para os gremistas mais confiantes, o terceiro nos jogou literalmente na escuridão. Caiu a luz no chiqueiro do Eurico e nunca mais voltou.

Durante o intervalo, que durou uns 66 minutos, o ser supremo do CRVG e um baixinho que deve ser o mini-mim dele tentavam convencer o juiz a começar a partida com meia-dúzia de candelabros acesos. O juiz, maior bananão metido a bonzinho, ouvia todo mundo e nada fazia pelo cumprimento do regulamento (como por exemplo contar os minutos de interrupção e mandar todo mundo pra casa esperar por um novo jogo). Pelo menos respeitou os goleiros, que não viam condição de jogar com aquela iluminação.

Enquanto os dois goleiros concordavam que tava ruim, tudo bem. Mas daí o Escrotão Miranda deu uma prensa no Sílvio Luiz que, muito constrangido, voltou atrás na sua opinião e, milagrosamente, sem mais nenhuma luz acender, achou que sim, dava pra jogar.

No segundo tempo nossa defesa melhorou, mas o meio-campo e o ataque não. No meio, saiu Wiliam Magrão machucado (e sumido), indo o Nunes para o seu lugar e o Thiego, que é da posição, ficando ao lado do Pereira na zaga. Melhorou um pouco.

Mas esse time reserva do Grêmio é muito perdido. E, lá pelas tantas, num contra-ataque, Jucemar fechou para dar cobertura ao Pereira, se não me engano. O problema é que não tinha mais ninguém para cobrir o Jucemar - um volante já servia, e o Abedi fez o dele, com direito à comemoração em homenagem ao filho (com direito mesmo, porque ele pediu para o juiz e não foi punido).

Bom, a ruindade do nosso time no jogo de ontem pelo menos serviu para fazer a alegria de uma criança doente.

Depois da partida de ontem, o Vasco é líder do Brasileirão e o Grêmio tá lá na rabeira. No final de semana que vem, o mesmo time reserva deve pegar o Cruzeiro aqui no Monumental. Mas no Olímpico a massa empurra e o time se endireita. Dá até pra ganhar do time do meu amigão Gustavo Barcellos.

Antes de decidirmos a Libertadores, nossa vida no Brasileirão vai ser essa aí. Surra em cima de surra fora e vitórias apertadas em casa.

Mas estamos na final da Libertadores e isso é o que importa para quem nasceu azul, preto e branco.

E o Vasco que não se iluda: a defesa deles é ruim, o meio-campo não é grande coisa e o Romário só vai fazer gol com a bola rolando que nem ontem, quando tiver um jogador fora de posição na marcação.

Aqui no Monumental vai ser outra história. Esse é o bom dos campeonatos de pontos corridos. A gente apanha, mas pode dar o troco na partida de volta.

Chega de Brasileirão. De agora em diante, o pensamento de todos é na primeira partida da final da Libertadores, contra o terrível Boca Junior na Bombonera.

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