Mais um Top Ten que tem tudo pra ser polêmico. Não que a intenção seja essa, mas é impossível listar os 10 maiores técnicos da história do Imortal e chegar num consenso.
Pra elaborar essa lista não analisei o que cada um deixou de ganhar, só o que ganhou e que mereça destaque positivo.
Espero que gostem da lista.
Ah, a lista completa dos 44 treinadores do Grêmio está aqui.
#10 Celso Juarez Roth
1 Copa Sul
1 Campeonato Gaúcho
Antes que me queimem em praça pública, deixem-me explicar porque colocar o professor Sexy Hot e suas invenções entre os 10 principais técnicos da história.
No Brasileiro de 1998 tirou o Imortal das últimas colocações e classificou o time para o playoff das quartas-de-finais. Acabou eliminado pelo Corinthians, que sairia campeão naquele ano, depois de perder por 1-0 no Olímpico, ganhar no Pacaembu por 2-0 (gols de Clóvis e Itaqui) e perder o jogo de desempate também em SP por 1-0.
Em 1999, Roth dirigiu o Grêmio nos títulos do Campeonato Gaúcho e da Copa Sul.
No Brasileiro de 2000, Copa João Havelange, chegou às semifinais e foi eliminado pelo São Caetano com duas derrotas (3-2 fora e 3-1 no Olímpico). Depois disso foi praticamente escurraçado de Porto Alegre.
No ano passado, foi eliminado do Gauchão e da Copa do Brasil depois de permanecer invicto por várias rodadas. Balançou no cargo mas ficou, e conseguiu de forma surpreendente levar o time (que era apontado pelos mais otimistas candidato à Sula Miranda) à liderança do Brasileirão por 17 rodadas. Perdeu o título na reta final e muitos o consideram culpado por isso.
#9 Adenor Leonardo Bacchi - O Tite
1 Copa do Brasil
1 Campeonato Gaúcho
Foi contratado pelo Grêmio em 2001 para o lugar de Celso Roth, demitido graças à surpreendente eliminação para o São Caetano no Brasileirão anterior.
Balançou no cargo depois de um jogo com o Figueirense pela Copa Sul Minas - se não me engano um 4-3 cheio de pênaltis apitado pelo Evandro Roman - porque o time estava muito faceirinho. Depois disso firmou o time no 3-5-2 quando todos os times brasileiros continuavam no 4-4-2 e conquistou o Gauchão e a Copa do Brasil daquele ano.
Classificado pra Libertadores 2002, chegou às semifinais contra o Olímpia e foi eliminado nos pênaltis com uma ajudinha do grande larápio que mandou repetir uma cobrança que o Eduardo Martini defendeu. Nesse mesmo ano chegou também às semifiniais do Brasileirão, sendo eliminado pelo Santos de Robinho e Cia, ficando em 3º lugar e com a vaga pra Libertadores seguinte, no ano do centenário.
Em 2003, na caótica gestão Obino, teve o caso das ovelinhas, que minou o controle do vestiário. A 4ª colocação no quadrangular do Gauchão e a eliminação nas quartas-de-finais da Libertadores para o desconhecido Independiente Medellin, aliados à má campanha no Brasileirão acabaram com a passagem dele no Imortal.
#8 Luis Antônio Venker Menezes - Mano Menezes
1 Campeonato Brasileiro da Série B
2 Campeonatos Gaúchos
Claro que um título da Série B não vale mais do que uma Copa do Brasil, mas a conquista desse título ganhou uma importância maior graças ao contexto em que foi obtido.
Depois de 2 anos terríveis, a situação em 2005 era pré-falimentar. Sem jogadores, sem dinheiro e sem auto-estima, Mano pegou o esboço de time que Hugo de Leon tinha e o levou de volta à 1ª divisão. Impossível não lembrar da Batalha dos Aflitos, mas dentre todos os acontecimentos desse jogo, tem uma decisão do Mano que não sei se considero genialidade, burrice, convicção ou sei lá o que. Um pouco antes da cobrança do 2º pênalti, já com 4 jogadores a menos, nosso técnico tirou um centroavante (Lipatin) e colocou um zagueiro (Marcelo Oliveira). Só sabendo que não tomaria o gol pra fazer uma coisa dessas! Ou tendo estrela.
Em 2006 conquistou o título do Campeonato Gaúcho em cima dos atolados do aterro. Nesse mesmo ano, classificou o Grêmio em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro, obtendo assim, uma vaga para disputar a Copa Libertadores da América no ano de 2007.
Em 2007 sagrou-se bicampeão gaúcho. Na Libertadores da América, passou pelos badalados São Paulo e Santos, chegando à final e perdendo para o segundo maior vencedor da competição, o Boca Juniors da Argentina. Terminou o Brasileirão em 6º lugar.
#7 Telê Santana da Silva
1 Campeonato Gaúcho
Taí um Gauchão que valeu por muitos. Oito mais precisamente. Telê Santana, um dos maiores técnicos da história do futebol brasileiro, deixou sua marca em 1977. Dirigiu o histórico time do Grêmio que recuperou a hegemonia do Campeonato Gaúcho após 8 longos anos.
#6 Evaristo de Macedo Filho
1 Copa do Brasil
1 Supercopa do Brasil
1 Campeonato Gaúcho
Treinou o Grêmio em 2 oportunidades: 1990 e 1997. Na primeira, substituiu Paulo Sérgio Poletto e sagrou-se campeão gaúcho. Na segunda passagem, pegou um time azeitadinho do Felipão (do time base de 96 só não jogaram a final Dinho, Goiano e Zé Alcino) e o conduziu ao Tri da Copa do Brasil em pleno Maracanã.
Por que ele ficou à frente do Tite, se tem os mesmos títulos? Simples, ele nunca treinou os moranguinhos e ganhou o Brasileirão de 88 com o Bahia em cima de vocês sabem quem.
#5 Ênio Vargas de Andrade
1 Campeonato Brasileiro
Treinou o Imortal em 1975 e de 81 a 82, quando quase alcançou o Bi nacional, perdendo a final para o Flamengo.
Sua filosofia simples de trabalho, que conquistava os jogadores, podia ser resumida em uma frase do mestre: “Eu perdi, nós empatamos, vocês ganharam”.
#4 Carlos Benevenuto Froner
3 Campeonatos Gaúchos
Capitão da reserva do Terceiro Exército, em Porto Alegre, chamado de "Capitão Froner", assumiu a casamata tricolor em 1964, dando continuidade ao trabalho iniciado por Oswaldo Rolla e seguido por Ênio Rodrigues e Sérgio Moacyr Torres.
Na 1ª passagem pelo Grêmio, foi campeão gaúcho invicto em 1964 e manteve o time sem perder por 36 jogos. Em 65 repetiu a dose, conquistando o tetra estadual.
Saiu em 66 para treinar a Seleção Gaúcha, que representou a Brasileira na Taça Bernardo O'Higgins, um torneio amistoso entre Brasil e Chile. Voltou ao Olímpico em 67 para a conquista do Hexa. Treinou o Grêmio mais 2 vezes, em 70 e 84, quando foi vice-campeão da Taça Libertadores da América.
#3 Oswaldo Azzarini Rolla
5 Campeonatos Gaúchos
Existem muitos registros que merecem destaque do Oswaldo Rolla como jogador, mas como técnico ele foi além. Conquistou um Pentacampeonato Gaúcho de 56 a 60, montando um esquadrão imbatível: o time que iria ganhar 12 títulos em 13 disputados.
Foi Foguinho que transformou o centromédio Aírton num dos maiores zagueiros do mundo, o Airton Pavilhão. E trouxe para o Olímpico jogadores como: Gessy, o tanque Juarez e Ortunho.
Inspirado pela magnífica seleção húngara, Oswaldo Rolla também introduziu a preparação física no Brasil. Ele dizia: "ninguém vai jogar bem sempre, agora a luta tem que ser constante. A vontade é indispensável. Isso o jogador tem que ter sempre. Jogar mal é outra coisa". Gênio!
Como escreveu o Peninha no excelente Grêmio - Nada Pode Ser Maior: "Mas para que você não fique achando que naquele período o Grêmio só enfrentou os bailarinos do Municipal, o time jogou duas vezes contra a Seleção Argentina, ganhando uma (1-0 em 1960) e empatando a outra (0-0, em 1956), e ainda empatou com a seleção do Uruguai em pleno Centenário. E, façanha suprema, tocou 4-1 no Boca Juniors (com 4 gols de Gessy, que tinha passado no vestibular um dia antes e tomara um porre), decretando a primeira derrota na Bombonera."
#2 Luiz Felipe Scolari
1 Libertadores da América
1 Campeonato Brasileiro
1 Copa do Brasil
1 Recopa Sul-Americana
3 Campeonatos Gaúchos
Acho que não preciso escrever muito sobre o Felipão e suas conquistas. Ele teve uma trajetória marcante pelo Tricolor e deixou o seu nome gravado na história do clube.
#1 Valdir Atahualpa Ramirez Espinosa
1 Mundial Interclubes
1 Libertadores da América
1 Campeonato Gaúcho.
O maior técnico da história do Grêmio não é aquele que colocou mais faixas no peito, mas aquele que conquistou o campeonato mais importante. Valdir Espinosa nunca foi conhecido por grande estrategista, inovador ou papa-títulos. Inclusive quase perdeu o emprego durante a Libertadores de 83, como mostra o André Kruse nesse post.
Curiosidade: antes de atuar como técnico, defendeu as cores do Grêmio na década de 60.
terça-feira, 24 de março de 2009
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5 comentários:
Concordo pela importância, mas pela catigoria botaria em primeiro Telê ou Evaristo. Parabenz pelo post
Perfeito. Pra mim, 100%.
Otemo!
Raiva do tite!
Eu acho o Tite muito melhor treinador do que o Medo Menezes.
E digo mais, se fosse o Mano naquela final contra o Corinthians o Grêmio ia jogar fechado pra tentar fazer un golzinho vantajoso do que ir pra cima e arrasar o adversário como foi naquele jogo. E aposto que ainda seríamos TRI.
Mas é só uma opinião e uma suposição.
Do mesmo modo que alguns aqui detestam o Roth, eu detesto o Tite. Mas aceito o critério de títulos para o ranqueamento. Ficou muito bom.
Mas o que chama a atenção é a lista que pegaram no wikipédia para os técnicos do tricolor: a quantidade de ex-jogadores como técnicos é impressionante. Foguinho, Sérgio Moacyr Torres, Paulo Lumumba, o Espinosa, o Milton Kuele (nosso diretor de futebol), Cassiá Carpes, Adilson, De Leon, Vagner Mancini, Cuca, só para citar alguns. Mesmo que tenham passado e saído, parece ser tradição contratar quem se deu bem com a bola no pé para dirigir o tricolor.
E mais uma curiosidade: o Telêmaco Frazão de Lima (treinador entre 31-44, vencendo o Grenada do século) acumulou os cargos de treinador e presidente (!!!!) do clube em 1940. E o Felipão diz que quer voltar para encerrar a carreira. Que tal?
Saludos,
Fagner
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