A bola tá chata

Eu sinto saudades de quando o futebol se jogava dentro das quatro linhas. E também o que acontecia ali, ali se resolvia.

O mundo como um todo, e o futebol não podia ficar de fora, está a cada dia mais chato.

No caso do futebol, demorei pra me acostumar a não saber a escalação do meu time. Hoje é mais fácil eu dizer a escalação do Grêmio de 1983 ou de 1995 do que a de 2001, ou a de 2007. Falando nisso, qual a escalação do Grêmio de 2008? Qualquer resposta para essa pergunta precisa de um “depende”, na frente. Sim, porque depende se estou falando do time do Gauchão, do primeiro ou do segundo turno do Brasileirão.

Hoje facilmente podemos ter 5 escalações para uma equipe num mesmo ano. Temos a equipe do estadual, a da Copa do Brasil ou Libertadores, a escalação do Brasileirão até a sétima rodada, a do resto do primeiro turno, e por fim, a escalação pós janela. Pelo amor de Deus é muita interferência extra campo. Isso nem de perto é futebol.

Aí, ainda tem as punições. Arrotar deve dar uns 72 dias de gancho, que não são cumpridos, porque tem julgamento, efeito suspensivo, apresentação de defesa e não sei mais o que. Isso é futebol??

Lembro do Renato na final da Libertadores de 1983. Após receber o vermelho ele dá um soco na cara do primeiro jogador do Peñarol que passa perto dele. Isso hoje deve resultar em banimento do esporte e, provavelmente, se um torcedor mencionar o nome da criatura o estádio será interditado e o time terá que jogar no Marrocos com os portões fechados.

Em outro momento, num Grenal, lá nas margens do estuário, a torcida chapolim jogava laranjas dentro do campo – sim podia entrar com laranjas dentro do campo – lá pelas tantas o mesmo Renato pega uma delas abre, chupa, faz sinal pros vocês sabem quem(desculpem, posso ser preso se escrever) que a laranja está boa e pede mais.

Já pensaram isso nos dias de hoje? Implodem o estádio e fazem lá um depósito de lixo tóxico. E o Renato? Bem o que fizeram com o Tiradentes seria moleza.