Essa história é como a Vera Fischer: velha, mas um tesão.
A essa hora, no dia 11 de dezembro de 1983, meu pai tava muito louco. Nervoso, começou a tomar um uisquinho ali pela hora do almoço e f oi.
A essa hora, ele tinha dado vários tiros na terra com capim na frente da nossa casa, rasgado todas as cuecas velhas e aloprando a família inteirinha, em casa ou por telefone.
Enquanto o pai enlouquecia com a possibilidade de ver o Grêmio ser campeão do mundo, meu amigão Fábio e eu já tínhamos cansado de jogar botão e futebol. Mas ainda nem era hora da janta.
Lembro que não tinha uma camiseta do Grêmio 9 do meu tamanho naquela época. Então eu peguei a minha primeira camiseta do Grêmio (que ganhei em 77) e a calça que usei na final da Libertadores (e que não servia mais) .
Finalmente chegou a meia-noite no Brasil e o meio-dia no Japão. E passado todo aquele sofrimento que todo o gremista sabe que a gente passou, veio o título.
Eu achei do caralho. Meu pai, doidão, ligou para os irmãos, os cunhados, os amigos.
Depois ele queria ir pra festa do título que, se não me engano, era ali na Erico Veríssimo com a Ipiranga, na banda da ZH, mas daí a mãe careteou:
"Neste estado e com duas crianças, Tito, nem pensar. Vai pra cama".
O pai, que era um sujeito brabo, tava tão feliz naquela madrugada que nem insistiu. O Fábio e eu é que ficamos meio tristes por não poder ir pra festa.
Tenho certeza de que, junto o dia em que meu filho e gremistão Pedro nasceu, esse foi o dia mais legal da minha vida.
Provavelmente, se eu tivesse que escolher um momento pra viver de novo e de novo e de novo, seria o 11 de dezembro de 1983.
Muito obrigado Mazaropi, Paulo Roberto, Baideck, De Leon e Paulo César; China, Osvaldo, Paulo César Caju; Renato, Tarciso e Mário Sérgio, mais Bonamigo e Caio.
Muito obrigado, Senhor, por eu ter nascido numa família de gremistas.
Muito obrigado, Tricolor.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
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Um comentário:
Amém!
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