Vossa Santidade, o Joelho

O corpo humano é uma verdadeira máquina. E, como toda máquina, merece sua devida manutenção. Revisões periódicas, alimentação diária, lubrificação constante, eventuais trocas de peças e etc.
Assim como um computador, um carro ou um avião, o corpo humano também está sujeito a acidentes e fatalidades.
"Tava funcionando até agora meu pc, liguei e a placa de vídeo não tá mais funcionando."
"Acabei de trocar os pneus do carro e um deles já furou."

Isso é tão comum de acontecer que, às vezes, nem nos damos conta de que isso acontece a todo instante com várias pessoas ao mesmo tempo. Vamos ali, trocamos a peça e pronto, resolvido.

No mundo do esporte, e do corpo humano, a coisa fica um pouco mais complicada. Os atletas precisam do próprio corpo para desempenhar sua atividade profissional e garantir o sustento de si e de seus familiares.

Acho que, depois de pulmões e coração, a parte do corpo que mais preocupa e recebe atenção de atletas é o Mr. "bam-bam-bam" Joelho.
Ele é tão fenomenal que, quando ele estraga, estraga MESMO! Uma pequena pancada pode tirar semanas, senão meses, um atleta de sua atividade.
O joelho é mantido firme ao corpo graças aos ligamentos. Basicamente temos os colaterais, o patelar e os cruzados. Esses tecidos ligam o fêmur (coxa) com a tíbia (canela).

Por mais que cuidemos da musculatura e da saúde de nosso corpo, ninguém está livre de fatalidades e acidentes. Pisou, trancou, girou, torceu, fudeu! E lá se foi o famoso Ligamento Cruzado Anterior (LCA) em sua maioria dos casos.

Procurem no Youtube por esse termo. Vão se apavorar com a quantidade de casos dessa lesão. E o pior, como ela acontece. Normalmente lances bobos em que o atleta está sozinho. Totalmente acidentais. Acho que a torção do Michael Owen é de cair os Batistas do bolso de tão TOSCA que foi.

Ano passado tivemos 2 baixas. A primeira em Janeiro: William Magrão. Pulou, pisou, trancou, girou, torceu, fudeu! Os médicos falaram em 6 meses de recuperação. Voltou 1 ano após a cirurgia. Logo em seguida veio Mithyuê. Tava treinando tranquilo, pegou a bola, pisou, trancou, girou, torceu, fudeu. E os médicos falaram em 6 meses pra recuperação. Voltou 10 meses após a intervenção cirúrgica. No Grenal desse ano foi Souza. Foi disputar uma bola, pisou, trancou, girou, torceu, fudeu. 6 meses de recuperação. E no último sábado tivemos nosso franzino Lúcio com a mesma ladainha: pisou, trancou, girou, torceu, fudeu. 6 meses parado. Podem notar que 6 meses é o MÍNIMO. Isso não é garantia de nada.

Este quem vos fala também passou pela mesma ruptura do LCA em setembro do ano passado. Sou programador, não atleta. Mas o meu caso foi igual ao Mithyuê. Deve ser por isso que eu fico tão mal quando isso acontece a qualquer outra pessoa. Ter que tomar banho por quase 2 semanas com a ajuda do papai e da mamãe não é nada agradável.

Perguntei pro meu médico o porquê do Souza ter voltado tão rápido da primeira cirugia. Disse ele que Souza tinha feito um procedimento em que se coloca uma prótese no lugar do ligamento. Isso acelera o processo de recuperação, mas o risco de acontecer uma nova lesão é maior. Agora Souza fez um enxerto do próprio corpo. O tempo que leva o processo de vascularização e cicatrização é maior. Mas o ligamento fica mais resistente.

Não podemos culpar o preparador físico ou o próprio atleta por ter sofrido a lesão. O acidente simplesmente acontece.

Vamos torcer para que nossos jogadores voltem o mais rápido possível, claro que depois dos 6 meses mínimos, aos gramados.

Hoje temos mais um embate pelo Yedão 2010. Espero que, dessa vez, sem lesões na Vossa Santidade.

DÁ-LE!