segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sábado completo

Sábado, meio-dia, enfrento a chuva e os motoristas de final de semana pra cumprir meu dever cívico no Olímpico.

Chego lá e dou de cara com o Odone. Não vi outra personalidade gremista, como Duda ou Koff, o que não me surpreendeu. Como o resultado nas urnas.

Votei na Chapa 1, e quero deixar isso aqui registrado pra poder cobrar depois. E não gostei de uma mesma chapa ter renovado todos os 150 conselheiros. QUALQUER UNANIMIDADE É BURRA. E eu não gosto nem de lembrar daquela tentativa de GOLPE DE ESTADO do Odone tentando nos enfiar o Britto goela abaixo.

Muito poder na mão de uma pessoa, ou grupo político, faz mais mal do que bem. É só ver o mar de lama que predomina em Brasília.

Ao mesmo tempo, foram os próprios conselheiros (na MAIORIA da chapa 2) que não derrubaram a cláusula de barreira para 20% quando tiveram oportunidade. Ou seja, TOMARAM NO * COM FORÇA.

De qualquer forma, a democracia foi celebrada. Mesmo quem fazia boca de urna não incomodava quando eu revelava meu voto. O clima de respeito imperou, o que já é um ganho significativo numa realidade politicamente rachada como a nossa.

Mas chegou a hora de alguém dar o primeiro passo pra o Grêmio voltar a ser protagonista no futebol brasileiro. E não é isso que o grupo político predominante começou a fazer.

É de um erro (ou seria ego) grosseiro pegar um projeto em andamento como o da Arena e mudar toda a diretoria apenas pra satisfazer caprichos ou desejos de vingança. Não é possível que um clube profissional jogue todo um trabalho fora, ainda mais quando tinha gente competente (como o Preis) colocando a mão na massa.

Bastava mudar 2 ou 3 peças, não ameaçar com demissão total no final do ano - gerando uma reação de (dizem, precisamos confirmar) demissão em massa do conselho.

Sinceramente, Odone, Koff, Antonini e demais envolvidos: NÃO SABE BRINCAR, NÃO DESCE PRO PLAY! Se é pra fazer birrinha, peçam TODOS demissão. O GE é muito importante pra que meia dúzia estrague tudo.

O ideal é juntar todos os conselheiros, colocar na sala do CD e passar INVICTUS pra assistirem juntos. Se o Mandela, que sofreu com uma ditadura racista, na prisão, por uma vida inteira, conseguiu perdoar e unir todo mundo, não entendo como um bando de pseudo-caciques não possa fazer o mesmo num clube de futebol.

Por sorte, parece que o time em campo começa a dar provas de que a politicagem não entra no vestiário. E eu disse há alguns dias atrás (26 de agosto pra ser mais exato) que tudo o que a gente precisava era de 3 ou 4 jogos pra mudar a situação e sair do Z4.

O time uniu a qualidade do Douglas (imagino onde aquele corneteiro engravatado FDP de quarta passada se meteu depois de mais uma ótima atuação do nosso 10) com a raça que o Grêmio sempre mostrou em campo. Mesmo com 10, ganhamos de um time que disputa a liderança da tabela, do juiz e de um histórico de invencibilidade do time paulista no Pacaembu.

Victor, mais uma vez, provou porque é o melhor goleiro do Brasil. E o time mostrou indignação, tanto pra suportar a pressão CUrintiana, como pra peitar aquele juizinho caseiro e mal-intencionado.

Enfim, o sábado foi clássico, aguerrido e feliz. Um típico sábado de Grêmio.

5 comentários:

Carolina disse...

Sobre o fato do Duda não estar presente sábado no Olímpico, acredito ser importante louvar essa atitude, afinal ele estava com o time em São Paulo, cumprindo seu dever de Presidente, como deve ser, especialmente nesse momento.

Ele preferiu não marcar presença na eleição para acompanhar o time. Acredito que era esse seu dever mesmo. Tanto dele quanto do Guerra.

Quanto ao restante do post, concordo plenamente! Os gremistas devem se unir, e os diretores e conselheiros devem atuar pelo bem do clube, e não fomentar as picuinhas em nome de vaidades.

O Grêmio é maior do que isso e nós, sócios, não nos engajamos para a briga política, mas pela retomada do espírito gremista e da grandeza de sua história!

Invictus é uma bela pedida! E o espírito deve ser esse mesmo: UNIÃO e AMOR AO TIME acima de qualquer coisa!

Fagner disse...

Olha, Tiago, o estatuto não diz nada sobre como devem ser os "movimentos" do Grêmio - até por que isso não é partido. Assim, se 150 pessoas resolveram se unir para disputar um pleito sem aceitar nenhum estranho na chapa (se eles são como eu, torcedores comuns, os conselheiros são estranhos, porque não conheço pessoalmente nenhum dos 150 eleitos e nem dos 150 que já estão lá) isso não é nenhuma unanimidade e acho que não merece o rótulo. Nenhum conselheiro perguntou para mim se eu queria participar de qualquer chapa, como um feliz anônimo torcedor que pode contribuir com ideias novas. A chapa 3 estava completamente no direito dela de não pedir, da mesma forma, que nenhum feliz conselheiro assinasse a nominata e contribuisse com ideias velhas.

Se o Grêmio quer controlar para que isso não aconteça (ou seja, neófitos entrem no tricolor, como já diria um fascínora que, segundo alguns repórteres, está bem cotado para voltar junto com o Odone) deveria alterar o regimento e impedir tal manobra - o que eu acho, no mínimo, complicado. Por um lado, pode aumentar a seriedade, pedindo, por exemplo, que para lançar uma chapa o movimento seja registrado e tenha, no mínimo, cinco anos (como os sócios) de funcionamento ininterrupto e com fichas que impeçam a bi-filiação - o que moraliza os grupos mas engessa e atrapalha a democracia, por outro lado, porque impede que um réles mortal sócio com cinco anos de concreto gelado sob suas partes íntimas seja agraciado com uma oportunidade de trabalhar pelo seu time do coração.

Assim, fico feliz que mais pessoas se interessem por participar da "vida política" do clube. Penso que a melhor maneira de "defender" o Grêmio da mão de inexperientes é profissionalizar os cargos do futebol e exigir votação da maioria absoluta do conselho para a demissão de qualquer profissional contratado (o que impediria politicagem no futebol, o que não vai acontecer novamente com o "renovado" Grêmio se o Odone fizer o que prometeu e lançar o Antônio Vicente Martins, um dos arautos do rebaixamento do tempo da ISL, como seu vice de futebol em troca da retirada da sua candidatura). Isso num mundo encantado porque, na verdade, o CD está praticamente de mãos amarradas no que tange ao que o tricolor faz dentro das quatro linhas.

Analisando o estatuto, o CD desempenha apenas funções administrativas e eleitorais, sendo que apenas a capacidade de endividamento e pronunciar-se a respeito de qualquer negociação que envolva mais do que 10% do orçamento do exercício sejam atribuições que podem respingar no plantel. Ou seja, o CD só piaria se tivéssemos que gastar (ou deixar de ganhar) quase 4 milhões de Euros para alguma contratação (ou venda) isolada, por exemplo. Ou seja, na maioria das vezes o CD opina sobre coisas que fazemos todos os dias e que os velhos marajás da política tricolor sabem tão bem que estamos devendo mais de 150 milhões de reais e nós, sócios, cada vez mais contentes. São coisas como, por exemplo, que não devemos gastar mais do que arrecadamos, que tem que trocar as torneiras do banheiro do casarão por sensores de presença para economizar água, que podemos fazer campanhas para aumentar a arrecadação, que vincular o nome do nosso time a parceiros e ideias vencedoras é bom, etc. Ou seja, é, novamente parafraseando a múmia, apenas uma "reunião de condomínio com grife" - o que habilita qualquer zé ninguém de boteco a participar com certa desenvoltura.

Portanto, que venha a democracia - até por que, comentários como esse (toda a unanimidade é burra) estão, se ninguém se deu conta, cada vez mais colados à comportamentos reacionários e autoritários e, mais das vezes, acabam saindo atropelados de algumas bocas em um "toda a maioria é burra". Abolir essa frase é uma boa maneira de não deixar que os "bons samaritanos" que sabem melhor que o povo o que ele quer voltem para os holofotes (porque eles ainda espreitam - é só dar um pulinho na Redenção e acompanhar os movimentos de punks e seus predadores).

Saludos,
Fagner

@tiagorussell disse...

Fagner, desculpa mas não concordo. Ou não entendi teu ponto de vista. Se tu faz parte de um movimento, isso quer dizer que tui vai viotar de acordo com aquele movimento. Se 150 pessoas vão votar em tudo, em bloco, elas exercem um poder que não deveriam ter concentrado. E por mais que os movimentos autoritários usem a frase "toda unanimidade é burra", eu continuo acreditando que sim, é burra. Porque nos deixa vulneráveis à manipulação de 4 ou 5 utilizando o voto de 150. Mas, apesar de não ter entendido bem o teu posto, respeito a tua opinião. Minha função aqui não é julgar ninguém. Só fiz questão de deixar claro que EU VOU FISCALIZAR.

Abraços

Fagner disse...

Tiago,

relendo o que tu escreveu (foi como se eu dissesse tomates e tu respondesse cenouras, fui obrigado a reler) eu vi que misturei as coisas. Com a tua resposta agora ficou claro para mim (embora estando óbvio pela escrita do post): tu te referia ao fato de que os 150 lugares ganhos pelo mesmo grupo podem ser prejudiciais ao Grêmio. E eu tendo a concordar com isso, ainda mais se tratando do Odone como provável presidente.

Nem percebi que tinha bebido ontem, mas quando li vinculei o post ao fato da chapa 3 não ter posto nenhum conselheiro na nominata (sei lá, acho que acabei descolando o "renovou" da chapa 1 automaticamente, porque não renovou todos, mas 2/3 - para mim, o nome "renovação" foi a picaretagem da vez nessa eleição, até a situação defendia isso). Assim, tudo o que eu escrevi não se aplica, pois a tua posição, que me pareceu muito estranha ontem, não tinha nada a ver com alguma insatisfação contra o esquecimento de gremistas com longos serviços prestados em uma nominata de chapa.

Em resumo, viajei. Não dá bola.

As únicas coisas que poderiam ainda ser definidas como posição é que eu não acredito que o Conselho possa influenciar resultados de campo (a não ser permitindo uma parceria), sendo quase uma grande reunião de condomínio, e que a frase "toda a unanimidade é burra" me dá medo.

Saludos,
Fagner

@tiagorussell disse...

hehe, nada como um bom trago ;)