quinta-feira, 9 de junho de 2011

Caindo de maduro

A imprensa marrom sempre me dá o que pensar. Às vezes, que é uma maldição essa de olhar para letras e transformá-las em palavras, interpretá-las e compreender o significado (ou não), ou seja, saber ler, já que, depois que se aprende, não conseguimos mais olhar palavras e não significá-las. De vez em quando, que eles deveriam viajar para Marte e criar as suas polêmicas com os homenzinhos verdes. Mas, como desejo não dá em árvore, na maioria das vezes eles ficam é me dando possibilidades de pensar em antídotos anti-polêmica - porque sempre buscam uma no tricolor.

Se antes o problema era a pouca qualidade, agora, com apenas a estreia de um meia, para a imprensa, o problema passou a ser a fartura de opções. E o foco principal volta a ser o Mário Fernandes, e o que fazer com o Gabriel. Já para mim, o problema segue ainda o mesmo: como bolar um antídoto para o 4-4-2 losango, que tem nos dado muita dor de cabeça. Hoje pela manhã, o Renato passou a mostrar que a solução pode estar num velho conhecido dos Gremistas: o bom e velho 3-5-2 de Lazaroni.

"O quê? Mas esse sistema está falido!", dirão alguns mais exaltados. E eu digo, com aquela sabedoria digna do nosso treinador, sistema bom é o que ganha jogo. Se não, vejamos: temos um zagueiro que se da melhor na sobra (Rafael Marques), um zagueiro com boa saída de bola para cada lado do campo (Mário Fernandes na direita e Neuton na esquerda); dois bons volantes, que não são brucutus e podem se revezar na saída de bola (Rochemback e Gilberto Silva), um meia que encosta no ataque (Douglas), os dois melhores alas do Brasil (Gabriel e Lúcio) e dois atacantes (para mim, Viçosa e André Lima). Assim, temos um sistema onde podemos ter cinco no meio campo, e não três, como na maioria dos times que tentam o esquema, e "várias variações" - um volante e dois meias, um atacante com dois meias chegando, um atacante de velocidade e um aipim, etc.

A ideia aqui é mostrar que, se o nosso treinador aparecer com um 3-5-2 não é que ele "é louco" ou "está inventando". Esse sistema está caindo de maduro pelas peças que temos (mais uma vez, como em 2008 e 2009) e, salvo algum treinador que seja burro a ponto de não experimentar alternativas, uma hora dessas ele vem aí. Assim, preparem-se para o momento onde, depois de um jogo onde o Grêmio jogar com esse esquema (porque alguma hora vai), a imprensa vai, no outro dia, dar mais uma das suas colocações definitivas: se perder, Renato Portaluppi é professor pardal; se ganhar, gênio. Para mim, em ambos os casos, só mais uma demonstração que, esse sim, é técnico, e prefere o futebol ao esquema tático.

4 comentários:

E.A. disse...

Totalmente de acordo. Pode ainda usar o Miralles e/ou Leandro na frente. Sou totalmente a favor do 3-5-2. Abraaço!

Paolo C. Brehm disse...

Cara, eu concordo contigo que o 3-5-2 é mais ofensivo que o 4-4-2, pelo menos nominalmente falando e, aí, na dependência de quem seriam as peças incluídas em seu meio campo.
Mas o que se tem noticiado desde ontem, é que o Grêmio treinou em 4-5-1 (ou 3-6-1, vá lá). Esse sistema tem nome, chama-se TUDO PRA DAR MERDA. Renato já o utilizou (e outros antes dele) e não funcionou!!

DM disse...

Acho que o 4-4-1-1 pode dar certo, mas pra isso é preciso três coisas: Boa organização das linhas de quatro (a primeira tem funcionado bem, o que me dá boas esperanças pra segunda), velocidade nos contra-ataques e, finalmente, chutes de longa distância (essas duas necessidades me preocupam mais porque têm faltado ao Grêmio já há algum tempo).

Fagner disse...

É, Paolo, eu também sou contra esses esquemas com um atacante só. Mata o vivente de inanição. E 3-6-1 não é nem sistema. Assim, associei "três zagueiros" com 3-5-2.

Porém, não estou dizendo que o 3-5-2 é mais ofensivo que o 4-4-2. Acho que temos mais peças para o primeiro do que o segundo, e acho que, uma hora ou outra, o sistema será experimentado.

Saludos,
Fagner