terça-feira, 19 de julho de 2011

A lição dada, mais uma vez, pelos vizinhos da banda Oriental

Logo mais temos a primeira semi-final da Copa América, entre Uruguay x Perú. Quem vai passar? Não sei. Quero que os Uruguayos passem. Todos sabem, questão de afinidade e proximidade cultural. Porém, não é este o tema do texto a seguir.

O Uruguay é um país diminuto, com cerca de 3,5 milhões de habitantes (sendo que DIZEM, que tem o dobro morando fora) apaixonado por FÚTBOL. E seus jogadores, que jogam nos mesmos clubes de alguns brasileiros na Europa, quando vestem a imortal jaqueta celeste se enchem de brio e orgulho, sabendo que estão lá pra representar um povo e uma cultura. Podem não ganhar, mas certamente honrarão as cores de sua pátria.

Jogadores que mesmo milhonários, rebaixam-se a dar com a cara nas travas da chuteira adversária, pulam num gesto desesperado pra tirar um bola com a mão que evitaria o pior. Isso é entrega e honra. Isso é saber que tem milhões de pessoas que PRECISAM de um alento num tempo difícil e que muitas tem só o futebol como alegria.

Aqui, o que importa é o cabelo, o pagode e os flashes. Incultos que não sabem que isso aparecerá fazendo um bom trabalho, que isso é consequência de entrega. O Brasil está cheio desses pavões. Desses ZÉ POVINHO, onde a ostentação e descaso com valores sólidos é de praxe.

O que os homens que vergam a camisa celeste tentam nos mostrar é isso. Honra. Luta. E prazer em fazer um trabalho pelo qual foram designados. E ganhando, merecem e podem fazer suas festas. Fazer moicanos na cabeça e o ESCAMBAU.

E isso serve pro Grêmio, também. Não se impoem as coisas. Não se pede pra ser chamado de imortal. Isso é uma condição somente dada a quem se entrega, batalha, luta e ganha. E custa caro. Custa sangue vertendo do rosto como De León em 83. Não é marketing. Portanto, espelhem-se nos celestes, pois a aula gratuita daqui a pouco acaba.

3 comentários:

G Vermes disse...

Mas te digo uma coisa.

Se fosse o Victor lá, pelo menos a gente veria uns penaltis defendidos.

Felix disse...

Grande Snel,

Eu tenho um carinho enorme pela celeste pelo simples motivo do meu sobrenome: Nuñez. Meu avô Félix, o qual não tive a oportunidade de conhecer, era Uruguaio e se mudou para o Brasil depois de adulto. Ouvir as histórias de meu pai sobre ele e o Uruguai são de encantar qualquer um. A cultura desse povo é fascinante.
Sou brasileiro, gaúcho, morando em Curitiba há mais de 20 anos e me pergunto: qual a nossa cultura, qual as nossas raízes. Infelizmente é a cultura do ganho eu, perde você, não sabemos nada de história perto do povo argentino, uruguaio. Não valorizamos nossos ídolos, aliás, nem sei se temos (falando como brasileiro, ok. Não como Gremista). Torcer para essas focas amestradas é um desgosto.
Não sou tradicionalista, sei que o mundo muda muito. Vide foto do time uruguaio após penaltis com a argentina. Era um show de chuteiras coloridas (exceção de Lugano), cabelos com gel e tal...A questão é que o povo e time Uruguaio sabe olhar pra dentro de sua história e entender o que realmente importa, o que realmente vale, o que realmente é HONRA.
Sei que o povo Gaúcho (não todos) faz isso muito bem também, mas os times de futebol, incluindo nosso Grêmio, estão todos afrescalhados, sem alma, sem honra, sem saber o verdadeiro sentido do que representa VENCER.
É, acho que o mundo mudou demais e eu parei no tempo. Hoje você precisa provar o porquê é heterossexual e se orgulha disso.
PS: Nos tempos atuais, não custa reforçar: não sou homofóbico, ok.
Abraços
Felix

@snel disse...

Boa, Felix! Tens toda razão.