sábado, 2 de julho de 2011

Tempo

Nos dias de hoje, existe uma coisa bastante valorizada para todo o mundo: o tempo. Seja buscando no passado um ídolo, lembrando saudosamente da época de uma conquista, gastando ele em passatempos ou rezando para ter um pouco mais, porque o seu já acabou. De tão importante, ganhou mais um significado em português com a adoção do nome em inglês: timming. Assim, cada coisa tem sua hora. E a hora é de que, afinal? Dar apoio ao técnico novo? Sem dúvida. Apoiar o time inteiro dentro do campo? Sim. Acreditar que a maior força do time é o torcedor? Ô, se é.

Mas também é o tempo de não deixar passar o que se pensa, pelo risco de não ser taxado, depois, de oportunista. E também para dar a ótima oportunidade de ser cobrado, ou lembrado, ou chacotado, quando mais tempo tiver passado. É assim em todos os momentos da vida. O Odone perdeu o tempo de mandar o Renato embora, quando a renovação foi para valores astronômicos, com a desculpa simples de que faltava caixa. O Renato perdeu o tempo de lançar os nomes que o torcedor queria, como faria um bom marqueteiro (embora fizesse um pouco disso nos jogos em casa) e, como viu que o tempo não esquentava no termômetro, só no vestiário, não perdeu tempo e pediu o boné.

Assim, eu também não vou te fazer perder tempo lendo um post longo para dizer o que eu penso. Para mim, a contratação do Julinho Camargo como técnico do nosso time profissional é a maior merda que qualquer gestão de futebol no universo poderia fazer. Nem o Plein tinha um currículo tão medíocre quando assumiu o Grêmio, pois tinha, pelo menos, uma final de gauchão e tinha sido jogador profissional. O Julinho veio com uma campanha de oito empates e três derrotas no seu penúltimo time. E não importa qual tenha sido o papel do seu avatar nos resultados do último time, a campanha é tão fraca quanto a do Renato. Mudou seis por cinco.

E se der certo? Aí, meu filho, vamos comemorar, porque nosso time teve sorte. As chances de sucesso não são 50-50. Julinho Camargo ganha menos que o Clementino, tem a idade do Gilberto Silva e nunca subiu além de São Paulo com um time principal. Que autoridade ele vai ter? Que conhecimento vai passar? Quantos volantes ele vai botar para jogar? O treinador precisa de tempo para mostrar trabalho. Porém, o potencial para dar merda é monstruoso - ele vai mais aprender do que ensinar. Aposta se faz em pré temporada. E para isso, mais uma vez, a direção perdeu tempo.

Estou errado? Bem, isso só o tempo dirá. Gosto de chimarrão quente. Quero queimar a língua. Mas não tenho, nesse exato momento, esperança nenhuma para o restante do campeonato. Não dá mais tempo. Não acredito que dê com esse treinador. E o tempo do Odone se foi.

4 comentários:

Bruno Mariante disse...

Excelente. concordo em genero, numero e grau. Análise realista. Não tenho esperanças de que esse cara possa dar certo, achei uma cagada dupla do Odone (demissao + contratação). A única coisa que espero é que o Grêmio não acabe disputando o campeonato do rebaixamento. Esse blog as vezes se perde no ufanismo. Acho que vai dar merda, mas não deixo de ser gremista por achar isso.

eduardo disse...

Mui Bueno companheiro.
Disseste tudo: trocar o Renatão por esse aí é trocar 6 por 5.
Regredimos.

Que São Lara nos ajude!

Felix disse...

Fala Rapaziada do Blog,

Excelente posicionamento e texto Fagner. Recomendo também o texto do Bonatto no blog do torcedor.

Pois é, creio que este ano será difícil um "algo mais" com esse time.

Ando meio pessimista, mas adoraria queimar a língua e ver esse time decolar.

Mas, como acredito em gestão, planejamento, é contra meu princípios acreditar que dará certo. Se der, melhor. Mas do jeito que anda a gestão do Grêmio, será apenas uma série de bons jogos.

Grande abraço
Felix

rafawz85cri disse...

Pra mim é mais uma decisão politica, coloca ele q se der certo foi outro milagre do odone, se não der ninguem esperava mesmo, e dae sim demite ele e coloca o treinador que ele (odone) queria, já sem toda aquela pressão da demissão do Renato.