quinta-feira, 9 de julho de 2009

Top 10: Os maiores jogos da história do Grêmio

10º lugar - A batalha dos Aflitos - 2005: Um jogo emblemático, mas que aconteceu por puro relaxamento do Grêmio. É. Ouso dizer que poderia ter sido muito mais tranquila nossa passagem pela abissal série B do Campeonato Brasileiro. Senão, vejamos:

O Grêmio chegou precisando de um empate pra voltar à elite Braziliense naquele ano. A trupe de Mano Menezes tropeçou em casa contra a Portuguesa, ao empatar um jogo, que se ganhasse, levaria o jogo pro Potrero dos Aflitos em banho-maria contra um adversário desesperado.



Buenas, não foi o que aconteceu. Tomamos calor de um time de merda (se bem que tirando o Gallato, Anderson, Sandro Norris Goiano e Pereirão, o time do Grêmio também era uma naba) e acabamos complicando aquele jogo. E tivemos sorte como o Grêmio nunca teve. Um fatality na trave e outro defendido magistralmente por Gallato Frozen Boy.

E teve o gol mitológico, antológico, ilógico e fisiológico de Anderson Predador. Gol este que coroou o jogo mais bizarro, estranho, mais irracional, mais diferente, distinto, fantasmagórico da história recente do futebol. Mas pra quem o impossível faz parte da vida, fica com o décimo lugar mesmo.

9º lugar - Grêmio 5x0 Palmeiras/Parmalat - 1995: Fui um dos 20 poucos mil que assistiram a essa fabulosa goleada num dos melhores times do planeta naquele ano. Com gols de Arce aos 41 e Arílson aos 51 minutos do 1°tempo e Jardel aos 4, 21 e 38 minutos do 2°tempo, o Grêmio azedou o leite da Parmalat num dos maiores jogos que tive o prazer de ter visto no Monumental.



Jogo tenso, com jogadas do mais lindo futebol arte rupestre Gremista, tendo Dinho como o mestre executor (duplo sentido total) delas. E grande elenco, como Danrlei e Mário "16" Jardel. No final, 5x0 e a certeza de ter a vaga encaminhada, bem, não foi tão fácil assim, mas isso é outra história.

8º lugar - Grêmio 3x3 Estudiantes-LP - 1983: O que falar de outro jogo atípico da história do futebol mundial, quiçá do universo. Vamos a um pouco de história: Ano de 1983. Argentina e Inglaterra guerreavam por um punhado de terra congelada no meio do atlântico sul. O hermanos perderam. Nesse meio tempo, um avião bombardeiro, com problemas teve que fazer uma parada na base aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro (não, não foi em Canoas, como muito até hoje falam), e isso pros Argentinos foi a mesma coisa que se o Brasil estivesse dando suporte as investidas britânicas contra a ilha. Buenas, o primeiro time a jogar lá depois disso foi o Grêmio. O raio do problema é que os Argentinos nos confudiram com Brasileiros, e nós tivemos de segurar o rojão. Bem, começou a peleia no hotel, onde os jogadores recebiam telefones com ameaças. Na hora do jogo, uns 20 mil platenses ensandecidos urravam e pediam sangue. Antes da bola rolar, eles já tinham um amarelado. ANTES DA BOLA ROLAR, repito. Ao longo da partida, mais 4 jogadores del pincha ganharam a tarjeta roja. Diz o Peninha, que a torcida arremessou tudo que podia nos jogadores do Grêmio, até um recém nascido.



Renato contribui pro clima belicoso da noite. Ao fazer o terceiro tento do Grêmio, o Richard Gere dos pampas mandou a torcida alvi-rubra parar de cantar. Bem Renato isso, o gênio de Grêmio. Porém, aí começou realmente a chuva de objetos, pedras, garrafas, TV's Telefunken, Rádios Motorádio e recém nascidos. E el pincha, com 8 homens em campo empatou o jogo. Não por méritos deles, óbvio, mas sim porque o Grêmio, sendo time gaúcho e não Brasileiro, não quis pagar o pato pelos nosso vizinho do além Mampituba e deixou os caras empatarem.

7º lugar - Grêmio 0(3)x(4)0 Ajax - 1995: Um dos maiores jogos de Grêmio também foi umas das nossas maiores tristezas. Mas que foi um jogão foi. Com direito a tudo que tinha que ter. Nos roubaram, perdemos gols incríveis, jogamos como nunca, e jogamos contra um dos maiores times da história recente do futebol, praticamente a seleção do mundo naquela época. Ora, vejamos a escalação do Ajax de Amsterdão (em bom português de portugal): Van de Saar; Reizeger, Blind, Frank de Boer e Bogarde; R. de Boer, Davids, Litmanen e Finidi; Kluivert e Overmars. Técnico: Louis Van Gaal. Medo. Era um baita time. Mas do outro lado, havia o imortal tricolor com Danrlei; Arce, Rivarola, Adílson e Roger; Dinho, Goiano, Arílson e Carlos Miguel, Paulo Nunes e Jardel. Técnico: Felipão.

Jogo duro. O Grêmio tinha que inventar um jeito de não levar uma sacola, pelo menos no papel. Mas quando a bola rola é que as coisas são vistas do jeito que tem que ser. Grêmio levando calor e tascando-lhe fumo nos representantes da corte de Orange. Perdemos gols que até hoje nos fazem falta. E perdemos Catalino Rivarola expulso pelo replay do telão. Foda.



O jogo foi pra temível e errática decisão por penaltis. E quem diria que os dois melhores batedores perderiam suas batidas? Pois é. Dinho (eterno) e Arce desperdiçaram as suas. E o Grêmio teve que se consolar em ser o segundo melhor time do mundo de 1995.

6º lugar - Grêmio 3x1 Nacional-COL - 1995: Até hoje reverbera o eco de: - Marulaaaaaaaaaaanda, Goooooooooooooooooooooolllllllll do Grêmio!!!!! Esse foi o primeiro gol da partida que selaria (praticamente) a conquista do segundo título da Libertadores. Além desse gol, ainda tivemos o gol Jardel "Eterno 16" e Paulo "Diabo Loiro" Nunes.

Não foi mumuzinho esse jogo, apesar do placar. O time colombiano, como quase todos os times colombianos, prezavam muito o ataque. Esse Nacional não era diferente. Destaques do time da cidade de Pablo Escobar, o goleiro-ator de pornochanchada-dublê de coisa ruim-cabeleira do zezé-sequestrador René Higuita, sem contar alguns remanescentes da seleção colombiana que tocara 5x0 na Argentina no Monumental de Nuñez em 1993, como Santa e Mosquera.



Jogo tenso, presenciado por mais de 50 mil fanáticos gremistas e secado por um terço do estado. O Grêmio começou criando chances, mas permitindo os rápidos contra-ataques dos cafeteiros. Contamos com a sorte também. Num cruzamento de Paulo "Foguete" Nunes, Marulanda tocou el balón por sobre Higuita. E ela foi roçar os cordéis da cidadela esmeraldina pela primeira vez no jogo. Estava aberto o placar e a porteira pra mais dois gols que selariam, praticamente, o destino da final.

5º lugar - Nacional-COL 1x1 Grêmio - 1995: O desfecho da mágica, mítica, estupenda, maravilhosa e legendária campanha da Libertadores de 95, que ainda era uma Libertadores de verdade, como fala Peninha. Grêmio entrou em campo vencendo por 3x1, uma senhora vantagem se tratando de Libertadores, mas que nem sempre se confirma. Jogo duro, novamente, com a fanática hinchada esmeraldina fazendo um enorme barulho do inesquecível estádio Atanasio Girardot em Medellín. E não é que aos 12min. do primeiro tempo o Grêmio leva um gol, daqueles de jogar água gelada no vivente em dia de minuano? É, de Aristizábal, o infernal.



Mas antes disso, o melhor perna de pau que já pisou no Olímpido, Super Mário "Mítico 16 Eterno" Jardel perde um gol sozinho, frente à frente com o Zé Pilintra do altiplano colombiano, René "Scorpion" Higuita. Bom, time que não faz leva, e foi o que aconteceu. Mas antes, a equipe verduga perdeu um gol daqueles. Entrevero na área, e pluft, bola pra fora.

Alguns sustos adiante, cronômetro correndo e Felipão resolve mexer no ataque do Grêmio. Entra Nildo "Bigode de Ouro" e Alexandre "o Xoxó". E num lance mágico, místico, transcedental de Nildo, que alça a gorducha pra Alexandre entrar na área e ser derrubado. Penalti. Penalti assinalado por um juíz de nome Salvatore Imperatore. Um César. E contra todo o Cártel de Medellín naquela noite. Que peitaço. que coragem. Dinho pega a bola, põem na marca de cal, anda uns 5 passos pra trás, e dispara contra a cidadela de René "El Guapo" Higuita. Gol do Grêmio! A américa pela segunda vez azul!

4º lugar - Flamengo 2x2 Grêmio - 1997: aos gritos de não te micha, Grêmio, e Ah, eu sou Gaúcho o tricolor triunfa em mais um maracanazo. E pra variar, contra o queridinho do Brasil, com Romário, Sávio (que levou uma bela bordoada e saiu) entre outras "estrelas" do Kléber Leite.

A novela começa com um modorrento 0x0 em Porto Alegre. Os Urubús cantavam a vitória antes de jogarem o segundo jogo. E todos sabem que isso pode muitas vezes ser um tiro no pé.



Jogo começa tenso. Fábio Baiano dá uma paulada em Rodrigo "Gato" Gral, que retribue a gentileza e manda o Sávio reconstruir os ligamentos do joelho, em troca de um belo cartão amarelo. Então que brilha a estrela de João Antônio, que dá uma caneta no marcador e toca na saída de Clemer. Sim, o Clemer. Daí, os urubus parecem que acordam e fazem dois gols. Festa, Uh-te-re-rê, Ah, eu tô maluco, entre outros cânticos de funk embalam a quermesse rubro-negra. Porém, o jogo ainda não tinha acabado.

Então que dá ponta esquerda vem o menino Roger, prata-da-casa, em rápida jogada cruza pro toque sutil e gentil de Carlos "A Gorda" Miguel empatar e colocar água no chope do Fla. Um gol imortal, um gol de Grêmio, no empate com o regulamento debaixo do braço e uma intimação do IBAMA por ter matado 90 mil urubus. Esse jogo foi o canto de cisne do esquadrão montado por Felipão em 94. Jogavam sozinhos. E pra constar, campeão invicto da Copa do Brasil, pela 3ª vez. Não é pra qualquer um.

3º lugar - Corinthians 1x3 Grêmio - 2001: Mesmo caso do jogo contra o Flamengo em 1997. Mas com algumas circunstâncias diferentes. Um empate conquistado pelo Grêmio em casa, depois de estar perdendo por 0x2 deu um gás nas ovelhinhas do Bom Pastor Tite. E os incautos do "bando de loucos" já contavam, quem nem os flamenguistas, que ia faturar a gatinha no jogo de volta, facilmente. Só esqueceram que do outro lado do gramado do Morumbi (outro salão de festas do Grêmio) ia estar um time que trajava a imortal jaqueta tricolor.

Marinho, o monstro de ébano buscado no Guarani de campinas abriu o placar numa cabeçada memorável no primeiro pau. Zinho, entrou na área como quem entra em casa, e despachou um bucha no ângulo. E pra fechar a fatura, Marcelinho Paraúcho, com um toquinho, mete o terceiro. Chupa Corinthians.



Mas o mais interessante desse jogo foi o jeito que o Grêmio fez o placar. E também o jeito que o Grêmio jogou. Pressão total desde o 1º minuto. Era o futebol total do 3-5-2 do pastor Tite dando um nó tático e mental no Vanderlei Luxemburgo. Em minha modesta opinião, esse jogo foi o que o Grêmio jogou o seu melhor futebol de todos os tempos. O Coringão não viu a cor da bola e quando se deu conta já perdia por 1x0 no primeiro tempo. Mas o segundo tempo mostrou pra eles que o pesadelo mal começara. Com o 2x0 de ZInnho a fatura estava liquidada. Mas daí o CUrinthias acha um golzinho e faz com que o Grêmio resolva fazer mais um pra chamar o garçom e pedir pra passar a régua. Ah, e debita pro freguês ali de preto e branco. 3x1, banho de bola e show de futebol. Nem parecia Grêmio.

2º lugar - Grêmio 2x0 Internacional - 1935: Num ano de festa, pelos 100 anos da gloriosa Revolução Farroupilha, a Federação Gaúcha de Desportos, resolveu entregar um troféu alusivo, o de Campeão Farroupilha. Um título pra se comemorar por 100 anos. Um título com a cara de Grêmio. O verdadeiro farroupilha, o lanceiro negro. Um jogo que Bento Gonçalves lá do céu comemorou, pois ele é gremista, acreditem.

Um jogo com todos os ingredientes mitológicos, lendários, mágicos que se pode ter numa partida de football. Primeiro, o maior goleiro da história do futebol mundial fez seu último jogo de futebol em toda a sua vida. Segundo, o Grêmio precisava ganhar. Terceiro, mais uma vez o adversário cantava vitória antes do tempo. Normal.

Eurico Lara entrou pra história do Grêmio como lenda por causa desse jogo. Reza a lenda que ele morreu em campo, após defender o penalti cobrado por seu irmão. Não, isso não é verdade, porém, não me admiraria se fosse. Lara estava combalido e praticamente inválido pro futebol devido a uma tuberculose que corroía seus pulmões. Entrou em campo muito debilitado e magro. Mas garantiu o 0x0 no primeiro tempo. Ao findar da primeira etapa, logo foi transferido pro hospital onde algum tempo depois sairia desta vida para a imortalidade. No seu lugar, entrou Chico. Que nada tinha de Chico, pois era um gigante alemão de 12 metros de altura.

E o jogo se encaminhava pra um deprimente 0x0. Pombos com a notícia da vitória primata se encontravam em vôo para dar a notícia a todo o estado. Porém, isso ainda era uns 30 e poucos do segundo tempo. Eis que surge, nas palavras de Peninha, o Fogoso Foguinho. Ele pede que a falta seja cobrada visando o corte do zagueiro colorado Risada, que depois do lance ficou melancólico. A bola é alçada e Risada tira fácil de cabeça nos pés de Foguinho. O flamejante jogador tricolor enfiou uma bomba H de 15 mil megatões na goleira do tradicional adversário. Caiu o barraco deles. E pra consumar, Laci carcou os 2x0 dois minutos depois. Grêmio campeão Farroupilha, o título de 100 anos.

1º lugar - Grêmio 2x1 Hamburgo - 1983: O que falar do maior jogo de futebol de todos os tempos até aqui? O que falar dos dois maiores golaços da história do futebol mundial, marcados pelo mais irreverente, monstruoso, ácido, habilidoso, flamante, irresponsável, portentoso, burlesco, diabólico, piromaníaco, falante, galanteador, matador, artilheiro, louco, mulherengo, messiânico, endeusado, icônico, mitológico, abnegado, iluminado, genial, inteligente, fenomenal e gremista atacante que já tivemos? O que falar da solidez de Mazaropi? Da raça e do sangue de De León? Da impetuosidade de Paulo Roberto e Caio? Da segurança de Baidek? Da valentia de P. C. Magalhães? Da vontade e entrega de China? Da juventude de Bonamigo? Da experiência de Cajú, Tarciso e Mário Sérgio? E da inteligência a matreirice de Valdyr Atahualpa Espinosa? O maior jogo da história do Grêmio! Pra sempre nas retinas daqueles que viram e pulsando nos corações dos mais novos. Nada pode ser maior!

8 comentários:

André Kruse disse...

discordo democraticamente da lista.

Não tem como Grêmio 2x1 Peñarol ter ficado de fora

Minwer disse...

É, faltou o 2x1 no Peñarol.

Também não dá pra esquecer do 1-0 nos moranguinhos em 77 com o gol do André Catimba, do 1-0 no São Paulo pelo Brasileiro de 81, os 6-1 no Flamengo pela Copa do Brasil 89 e entre outros.

Achei esse Top 10 bom, mas muito anos 90.

@snel disse...

É pra vcs verem que tem muito mais de 10 maiores jogos da história do Grêmio, dá pra fazer um Top #50, brincando!

@tiagorussell disse...

ahahahaha, pra mim tá ótimo! perfeitamente engraçado. merece o pulitzer!

Unknown disse...

Faltou o 2 x 0 na portuguesa em 96, sofrimento inesquecivel e maravilhoso!
E eu trocaria a Batalha de La Plata pela final de 83...
Pra mim, a Batalha dos Aflitos não entra na lista pq não é jogo de futebol, é ficção cientifica!!

Jefferson disse...

Muito bom o post, porém devia ser, como outros comentaram, o top 50, pois grandes jogos do Imortal ficaram de fora. Nada como as boas lembranças quando a dor lancinante corroe os nossos peitos. Ontem foi o aniversário de 26 anos da Batalha de La Plata, e deveríamos comemorar essa data lá. Porém, devido a circunstâncias que já foram citadas, não pudemos estar lá. Um abraço a toda a Nação Tricolor. Parabéns pelo ótimo blog, do mais alto padrão.

Sex Spots Floripa disse...

poutz...como deixar de fora o 2x0 mais chorado da história do Olímpico naquela final contra a Portuguesa de Rodrigo(o Fabri),Zés Maria e Roberto,Capitão,Gallo,Clemer(de novo ele)treinado pelo Candinho??
Gol aos 39'' do 2º (que mais parecia 59).Mas fora isso tá demais.Saudações.

Francinei Bentes disse...

Concordo com o André. A final da Liber de 83 merecia MUITO entrar...
Podia-se escolher uma das finais de 95 para ser substituída...