quinta-feira, 22 de julho de 2010

Só a providência divina salva Silas

Silas, ontem, estava na corda bamba.

Ou o time reencaixava e tocava uma sacola no fraquíssimo Vasco, ou apenas Jesus Cristo, em pessoa, poderia salvá-lo da degola.

Molhado da cabeça aos pés, Silas vê o Victor engolir uma penosa ridícula. Não restava mais nada. Estava à espera de um milagre. E ele veio na forma de dilúvio e de uma bucha do Jonas.

O time jogou com vontade, o gramado estava impraticável e, felizmente, o time não perdeu mais uma em casa.

Foi o que bastou pra dar mais uma ou duas semanas pro Silas.

Eu não torço contra o Silas. Nada tenho contra ele. São coisas do futebol, que vive de resultados e motivações.

A chuva, no caso, afogou o desejo de muitos gremistas de ver sangue novo comandando o time.

Ontem, Silas mostrou que tem um santo forte. Postergou pro GREnada, que já derrubou o Roth, o capitulo final.

3 comentários:

Fagner disse...

Dei um tempo sem vir por aqui, porque a cobrança está um pouco exagerada pro meu gosto. Mas mandei um comentário no blog do Mario Marcos e colo ele aqui em baixo para trocar uma ideia com quem se interessar. Segue (é grande, vou postar em duas partes -desculpa- mas tem alguns pontos que podem servir para discussão):

"Ao contrário do que a maioria parece pensar, eu acho que, agora, finalmente apareceu um fato novo: a direção tirou o time de campo e liberou o Silas para tentar o que achar melhor, coisa que não foi feita até aqui. O plantel do Grêmio mudou pouco em características desde 2008: temos apenas um meia armador, daqueles que faz a bola correr e não corre com ela, temos meia-atacantes velozes, uma zaga com boas opções (ou seja, ninguém é incontestável) e uma montoeira de volantes. Aí vem o motivo de eu, em um comentário anterior, dizer que esse ano o tricolor melhorou: tem um ataque muito mais eficiente que na época - ou seja, melhorou - comparável, num passado recente, apenas a Paulo Nunes e Jardel (vejam a média de gols dos dois titulares antes do espanto).

Levando em conta o resultado, o melhor Grêmio que vimos jogar desde a volta da segundona (e o mais criticado) foi o de 2008, vice do Brasileirão (o time vice da Libertadores não fez 72 pontos no campeonato Brasileiro, récorde de pontos para um segundo colocado desde que 20 clubes estão na série A). Esse time do Celso Roth foi o último a jogar com 3-5-2. Desde lá, a partir do início de 2009, a direção (e a imprensa) começou a cobrar que o Roth jogasse no 4-4-2, com o Souza titular. A base não tinha estrutura para isso e constantemente tivemos que jogar com três volantes no meio para compor o sistema “ideal” (não sei para quem). Roth caiu e continuava proibido o 3-5-2 - tanto que esperaram uma vida pelo Autuori, que veio dizendo aos quatro ventos que era fã do 4-4-2. Como é que foi o time do Autuori? Regular para ruim, com pelo menos uma grande partida (um dos melhores jogos de futebol que eu já vi no Olímpico): Grêmio e Flamengo, quando o tricolor jogou com um 3-5-2 com o Réver como “volante” (era líbero, na verdade, pois sempre estava na sobra).

(segue...)

Fagner disse...

Dei um tempo sem vir por aqui, porque a cobrança está um pouco exagerada pro meu gosto. Mas mandei um comentário no blog do Mario Marcos e colo ele aqui em baixo para trocar uma ideia com quem se interessar. Segue (é grande, vou postar em duas partes -desculpa- mas tem alguns pontos que podem servir para discussão):

"Ao contrário do que a maioria parece pensar, eu acho que, agora, finalmente apareceu um fato novo: a direção tirou o time de campo e liberou o Silas para tentar o que achar melhor, coisa que não foi feita até aqui. O plantel do Grêmio mudou pouco em características desde 2008: temos apenas um meia armador, daqueles que faz a bola correr e não corre com ela, temos meia-atacantes velozes, uma zaga com boas opções (ou seja, ninguém é incontestável) e uma montoeira de volantes. Aí vem o motivo de eu, em um comentário anterior, dizer que esse ano o tricolor melhorou: tem um ataque muito mais eficiente que na época - ou seja, melhorou - comparável, num passado recente, apenas a Paulo Nunes e Jardel (vejam a média de gols dos dois titulares antes do espanto).

Levando em conta o resultado, o melhor Grêmio que vimos jogar desde a volta da segundona (e o mais criticado) foi o de 2008, vice do Brasileirão (o time vice da Libertadores não fez 72 pontos no campeonato Brasileiro, récorde de pontos para um segundo colocado desde que 20 clubes estão na série A). Esse time do Celso Roth foi o último a jogar com 3-5-2. Desde lá, a partir do início de 2009, a direção (e a imprensa) começou a cobrar que o Roth jogasse no 4-4-2, com o Souza titular. A base não tinha estrutura para isso e constantemente tivemos que jogar com três volantes no meio para compor o sistema “ideal” (não sei para quem). Roth caiu e continuava proibido o 3-5-2 - tanto que esperaram uma vida pelo Autuori, que veio dizendo aos quatro ventos que era fã do 4-4-2. Como é que foi o time do Autuori? Regular para ruim, com pelo menos uma grande partida (um dos melhores jogos de futebol que eu já vi no Olímpico): Grêmio e Flamengo, quando o tricolor jogou com um 3-5-2 com o Réver como “volante” (era líbero, na verdade, pois sempre estava na sobra).

(segue...)

Fagner disse...

Eis que veio 2010 e a direção, entendendo as carências, foi atrás de meias; mas errou a mão. Trouxe jogadores do estilo do Souza (carrega a bola), deixou o Tcheco ir embora e trouxe uma versão mais nova - o Douglas. Ou seja, o grupo não mudou, mas a “obrigação” pelo 4-4-2 se manteve. E contrataram o Silas.

Voltamos novamente no tempo: O Silas andou pela corda bamba no início do Brasileirão de 2009. Até a décima rodada o time de Santa Catarina tinha 4 pontos, nenhuma vitória e seis derrotas. A torcida já vaiava na ressacada, a direção não tinha dinheiro para reforçar o time. O que aconteceu? O Silas trouxe o Ferdinando para o time titular, botou o time no 3-5-2, com o Muriqui e o Marquinhos se revezando como atacantes e o William de centrovante aipim. Resultado? 10 jogos invicto, 8 vitórias e dois empates. No final do ano, com uma base montada a partir desse esquema, sexto lugar no brasileirão. Isso por que? Com as contratações do time para 2009 e a perda de alguns jogadores o plantel não oferecia uma solução mais “tradicional” (o 4-4-2). Aqui isso foi proibido para o Silas mesmo antes de ele chegar (vide as entrevistas dele quando foi apresentado - a preferência do técnico pelo 3-5-2 foi sempre questionada - e a quantidade de paulada que ele recebeu na escalação do primeiro jogo do Grêmio ainda em Bento).

Agora, desesperado, o Meira não tem mais nada a fazer senão dar uma chance do Silas treinar o que bem entender (ou finalmente topou liberar o treinador). E isso em ótima hora: ainda temos um grupo ideal para 3-5-2. E diria mais: é melhor ainda que o de 2008, pois pode jogar com Souza e Hugo como alas, com o Douglas centralizado, Adílson e Rochemback de volantes, Rodrigo de líbero, Mário Fernandes e Neuton de zagueiros, um na direita e outro na esquerda. Com opções para cada quase todas as posições (Ozéia, Saimon e Rafa Marques para a zaga; Magrão e Fernando para volantes; Maylson para a do Souza e Lúcio para a do Hugo; André Lima para o ataque), faltando apenas o meia armador reserva e o tal atacante rápido.

O problema do tricolor esse ano é, creio eu, resultado da “velha maneira” de ser dirigente do Grêmio: tentar mandar no treinador e no time (que é o que eu entendo quando o Silas diz que o Meira “mata no peito e sai jogando”). Foi assim com o Pelaipe e o famoso episório Wagner Mancini (o Mano Menezes faz exatamente o que mandam ele fazer, sem chiar) e parece que é assim que o Meira comanda. Quem parecia se salvar era o Krieger que, mesmo corneteado pela imprensa e torcida, deu carta branca pro Roth montar o time que bem entendesse, desde que ganhasse.

Ou seja: quero que deixem o homem trabalhar em paz antes de qualquer tipo de decisão. E tenho boas expectativas para os próximos jogos".

Acho que mais do que lamentar, criticar e chamar todo o mundo de pereba já está na hora de pensar o que pode ser feito. E não acho que trocar de técnico seja uma solução viável.

Saludos,
Fagner