terça-feira, 30 de agosto de 2011

Aditivo sobre a Arena

Señoras y Señores,

Ontem fomos apreciar, deliberar e votar sobre o aditivo de 65 MILHAS na obra MÁXIMA do Grêmio Football Porto-Alegrense. Não há, e não restam dúvidas, de que se trata de um ótimo negócio para o Grêmio. Em miúdos, teremos em breve um CT completo ao lado da Arena, aumento da capacidade do estádio em 4 mil lugares (sendo desses 4, dois de uso EXCLUSIVO para o Grêmio), uma subestação de energia de 69 kva (imagine o que um show do Roger Waters necessita de energia) e uma das mais importantes certificações ambientais, a LEED (que traduz economia ao clube).

Pra ELUCIDAR ainda mais, trago pra vocês, o relato do conselheiro Giuliano Viceli, sobre a reunião de ontem, na ÍNTEGRA (os grifos e comentários são meus):

"Bom, em primeiro lugar, quero falar a respeito da atitude do conselheiro João de Almeida Neto.

Após a apresentação do Sr. Carlos Eduardo, diretor da OAS, que explicou todo o processo de aquisição do finaciamento, desde o início até a fase que hoje se encontra, o referido conselheiro saiu da sala do Conselho Deliberativo e foi no repórter da Rádio Guaíba dizer que a OAS tinha ameaçado parar a obra se não fosse aprovado o aditivo. (Notem, senhores, que esse tipo de BARBARIDADE ainda ocorre dentro do clube. Quando se fala em TRAIRAGEM, temos aí um exemplo.)

Isto é uma MENTIRA DESLAVADA.

No seu discurso, o diretor da OAS apenas salientou que a OAS tinha se comprometido com o Grêmio em continuar as obras enquanto buscava o financiamento, e que este financiamento andaria junto com o investimento próprio. Só que o investimento próprio chegou ao limite agora em agosto, então eles precisam do financiamento para poder tocar as obras sem diminuir o ritmo ou até mesmo parar, visto que tem mais de 750 pessoas de fora do RS trabalhando na obra e para remobilizar e retomar a obra em caso de parada/diminuição é muito difícil, o atraso seria certo.

Então acredito ser um esclarecimento a ser feito antes de mais nada. A reunião foi tranquila, não houve nenhuma imposição nem nada!

Continuando então: a primeira apresentação foi do arquiteto da Plarq, Sr. Pedro Santos. Logo depois falou o Sr. Carlos Eduardo, diretor da OAS, seguido do conselheiro Sérgio Pegoraro, que é engenheiro, e fez um pedido para que os conselheiros fossem ver as obras da Arena para terem idéia da grandiosidade da obra, para ter idéia do que ela representa!

Logo depois o Antonini começou a sua apresentação. Relembrou os principais pontos do contrato original, visto que houve uma grande renovação do Conselho Deliberativo.

Valores:

Antes de mais nada, vale a pena ressaltar que a OAS fica responsável por TODO E QUALQUER PREJUÍZO QUE A SUPERFICIÁRIA TENHA, GARANTINDO ASSIM OS VALORES MÍNIMOS A SEREM RECEBIDOS PELO GRÊMIO.

Preço estimado em dezembro/2008: R$ 310 milhões
Valor estimado corrigido em setembro/2010 (início das obras): R$ 341 milhões
Preço efetivamente contratado: 475 milhões


A OAS apresentou os orçamentos com os motivos e o detalhamento da obra para justificar os R$ 475 milhões.

O Grêmio enviará estes documentos para uma empresa de engenharia especializada para dar o parecer dela e ver se está condizente com o mercado. ISTO, PORÉM, NÃO FAZ PARTE DO ADITIVO.

Os motivos alegados pela OAS, caso queiram saber, são os índices do INCC (utilizados para corrigir o valor da obra), o aumento no custo da mão de obra e, também, as alterações feitas no projeto.
Agora vamos ao que interessa, as alterações propostas no aditivo:

- Valores do financiamento

O contrato original estipulava que o VALOR MÍNIMO PARA FINANCIAMENTO deveria equivaler a 45% do valor da obra, mas tal financiamento não pode ser INFERIOR a R$ 140 milhões e nem SUPERIOR a R$ 170 milhões. Estes valores deveriam ser corrigidos, no momento da aquisição do financiamento, pelo índice INCC.

O que foi alterado nesta parte foi o valor MÁXIMO a ser solicitado pela OAS. Pelo contrato original, o valor máximo HOJE, após corrigir pelo índice INCC, seria de R$ 195 milhões (e não mais R$ 170 milhões).

A proposta é que este valor fosse aumentado para R$ 260 milhões, SEM NECESSIDADE DE CORREÇÃO, representando um aumento REAL de R$ 65 milhões.

- Melhorias

As melhorias no projeto feitas no aditivo foram dadas pelo Carlos De La Corte, que sugeriu que o clube aproveitasse o financiamento do BNDES (contraído através da OAS) para fazer tais melhorias.

São basicamente 3 melhorias (as outras são pequenas, não vale a pena detalhar): sub-estação de energia, selo LEED e o aumento da capacidade (até para atender os desejos da torcida de ter o maior estádio do RS e para fazer frente ao crescimento da torcida e o crescimento do quadro social).

- Aumento da capacidade: mais 4 mil cadeiras (ou seja, 56 mil com cadeiras na área da geral, 60 mil sem cadeiras na área da geral)

São duas mil cadeiras DO GREMIO (é uma espécie de reserva técnica, e o Conselho Deliberativo irá definir o que será feito com elas, se serão usadas pelos donos de cadeiras perpétuas ou sócios remidos, por exemplo). As outras 2 mil ficarão no setor gold e pertencerão à superficiária (não à OAS). Ou seja, estas duas mil cadeiras também gerarão receitas para o clube.

O custo do aumento da capacidade é de R$ 27 milhões. A implantação desta mudança representa pro clube um ganho líquido no valor PRESENTE de R$ 18 milhões.


- Será votada pelo Conselho Deliberativo a necessidade de fosso ou não no estádio. Dos estádios da Copa, 9 não terão fosso (inclusive o Beira-Rio). Há a possibilidade de parede de vidro e "cama de gato" (um aparto de cabos de aço entrelaçados que dificulta a movimentação).

- Certificação LEED: pode representar uma economia de cerca de R$ 3 milhões por ano, sendo 50% deste valor referente à reutilização da água da chuva. O investimento é de 5% do valor total da obra (R$ 25 milhões). Seis estádio da Copa estão sendo construídos com esta certificação e, no mundo, existem apenas outras 84 arenas com esta certificação.

Alguns benefícios do selo LEED: aumento da área comercial do estádio e valorização dos naming rights.

- Sub-estação: é um pedido do Grêmio à OAS. É uma estação de uso EXCLUSIVO DA ARENA. Existe no contrato original a construção de uma sub-estação de 13 KvA. Esta sub-estação vai continuar existindo.

O aditivo é para se construir, ALÉM DESTA ESTAÇÃO DE 13 KVA, uma OUTRA estação de 69 KvA, por dois motivos:

* segurança no fornecimento de energia
* para comprar energia mais barata


Custa R$ 14,2 milhões instalada e gera uma economia anual de 2 milhões. A valor presente, gera uma economia para o Grêmio, nos 20 anos, de algo em torno de R$ 13 milhões (lembrando, valor PRESENTE).

- Projeções

Utilizando as projeções definidas no plano de negócio da FGV, os resultados da arena representaria, em 20 anos (e com as alterações feitas através do aditivo), um valor PRESENTE de R$ 280 milhões (ou seja, este valor tem que ser corrigido pelos próximos 20 anos, o que dá um valor bem mais alto).

- CT

A OAS disponibilizou para o clube R$ 5 milhões para construção do CT para os profissionais. O CT terá 2 campos (pelo que vi no projeto) e será construído PELA OAS (e não pela superficiária). O que exceder os R$ 5 milhões é custo do Grêmio.

- Área administrativa

OAS disponibilizou também R$ 5 milhões para a parte administrativa (desde cabeamento até mobiliário, memorial, etc). O que exceder os R$ 5 milhões é custo do Grêmio. A loja é por conta da fornecedora de material esportivo, sem custos para o clube.

- Aumento de área

Por contrato eram 8 mil metros quadrados de área pro Grêmio. Esta área aumentou para cerca de 12 mil metros quadrados.

Aumentou a área da loja, memorial, camarote presidencial, aumento na área do vestiário do Grêmio (fica conectado ao auditório) e mais uma área VIP com 378 cadeiras na parte mais nobre do estádio (com um lounge de 1000 metros quadrados).

O Grêmio ficará com metade do anel.

Atrás de cada goleira haverá um restaurante panorâmico (dois no total).

- Impacto financeiro

Adquirindo o financiamento junto com o OAS, através do BNDES, Grêmio está economizando cerca de R$ 29 milhões.

Arena está 31% concluída. Hoje já são 1.100 funcionários, até o final do ano serão 1.800.

Apresentação do arquiteto da Plarc (mudanças no projeto):


- Distância para o gramado diminuiu 2,5 metros (distância será de 10 metros)

- Devido ao aumento da capacidade, foi adicionada mais uma rampa de acesso, largura da esplanada aumentada para 25 metros

- Primeiro anel e o das cadeiras gold tiveram a inclinação aumentada, o último não.

- A parte dedicada as pessoas com dificuldade de locomoção está mais alta. Agora, se a pessoa que estiver sentada na frente ficar de pé, não prejudica o cadeirante que está na área exclusiva.

- As colunas do estacionamento tem uma distância de 25 metros entre si. Isso permite que estes espaços sejam utilizados para feiras, por exemplo, quando o estacionamento não estiver sendo utilizado. Também serve como praça de circulação coberta!

- O estacionamento será do mesmo nível da rua, não tendo mais sub-solo. Isso gera uma economia na manutenção, além de ser mais seguro.

- Antes, as placas de publicidade ficavam à 7 metros da linha do gramado e tinham 90 cm de altura. As redes de TV pediram para botar mais próximas ao campo, portanto agora elas ficam à 5 metros e tem 1 metro de altura.

- Aumentou o tamanho da zona mista por exigência da FIFA

- Aumentou também o tamanho das cabines de imprensa e da área VIP (estruturas que ficam logo abaixo da cobertura)

- Os pilares que ficariam no meio da área de circulação foram movidos para o limite da última linha de arquibancadas. Assim, a área de circulação ficou livre.

- Aquela parte azul do ao redor do estádio eram projetados para serem de alumínio. Porém, isto tirava a visibilidade e também a luminosidade dentro do estádio. Portanto, ao invés de alumínio, será utilizado vidro.

- Foram projetados mais banheiros para a área da avalanche

- O auditório (sala de imprensa) será também utilizado como sala do conselho deliberativo. Terá 378 assentos. Porém, os assentos das primeiras fileiras são removíveis, pois em coletivas FIFA as câmeras ficam na frente" 


Enfim, é isso. Creio que DISSIPA-SE aqui todas as dúvidas, comentários (até os maldosos por parte de muito mal-intencionados), bem como deixa claro os direitos e deveres do Grêmio. Reiterando, não restam dúvidas que teremos um dos mais modernos estádios do mundo. E ele é do Grêmio, ele é do TORCEDOR DO GRÊMIO.

Nada pode ser maior!

10 comentários:

Rafael Pinto disse...

Parabéns pelo post! Ficou muito bem esclarecido, ao menos pra mim.

A prova de que a Arena é "o negócio" para o Grêmio é o fato da imprensa barata ficar se debatendo e criando factóides contra o projeto.

Hoje, ouvi o recalcado do Reche, na Guaíba (ele tem recalque contra o Portaluppi - este "inventou de fazer dois gols no Mundial e ganhou perseguição eterna - e contra nossa torcida, por ser a maior), desancando o pau no aditivo e puxando outras histórias antigas, já vencidas, como a escolha do local para a construção e etc. Engraçado é que do remendão sem contrato ele não fala nada...

Sds. Tricolores!

Strenght In Numbers disse...

Muito esclarecedor este relato do meu ex-colega Giuliano.
O Grêmio só tem a ganhar com a Arena, sem sombra de dúvida.

Fagner disse...

O que me parece é que o grande problema é que alguns querem manter eternamente a gratidão ao Hélio Dourado fazendo, primeiro, que o Estádio Olímpico, que ele honrosamente praticamente construiu, ficasse eternizado e, em segundo, que o CT que leva o seu nome não ficasse mais relegado ao uso da base, como se isso fosse demérito. Somos eternamente gratos ao Hélio Dourado e vamos sentir saudades do Olímpico - mas isso não deve ter relação nenhuma com um projeto que, na minha opinião, é ótimo para o clube.

O único porém que tenho é que não sei se existem garantias da preservação da memória do Estádio na região pela OAS com um monumento ao monumental. Isso seria fundamental e, mesmo se custasse mais um milhão, teria que ter ido ao aditivo.

Saludos,
Fagner

Rodrigo S. disse...

Perdão pela ignorância, mas não entendi uma coisa: quem é essa tal de superficiária?
Obrigado

Rodrigo

Rodrigo S. disse...

Perdão pela ignorância, mas estou meio por fora e não entendi uma coisa: quem é essa tal de superficiária?

Obrigado

Duda Tajes (Eduardo Tajes na Carteira de Identidade) disse...

Post esclarecedor, Snel. Na minha humilde opinião, tirando as trapalhadas diretivas, sempre foi muito claro que a Arena vai ser um bom negócio. E levo fé que, com ela, vem um período de supremacia absoluta do tricolor. Foda é esperar até lá.

@snel disse...

Rodrigo S:

Superficiária é a empresa que irá GERIR a Arena (a sua superfície). Será composta pela Grêmio Empreendimentos e OAS. O direito de superfície dela é de 20 anos, após isso, a Arena é entregue como patrimônio definitivo do Grêmio.

Espero ter dirimido a tua dúvida.

Abs

@snel disse...

Dudão: certamente será. E será um dos mais modernos estádios do mundo. Tu ficarás ABISMADO. Vimos os detalhes do projeto na última reunião do conselho e o estádio é DEMAAAAAAIS...

É incrível. Minha ficha ainda não tinha caído. Fiquei de queixo no chão.

Miguel disse...

Tchê, será que tem como conseguir os slides da apresentação pro pessoal? Assim, pra poder ter uma noção mais precisa das modificações propostas...

Eduardo D'Alascio disse...

MAS ALGUMAS COISAS ME INTRIGAM. POR QUE VOTAR O ADICIONAL QUANDO 31% DAS OBRAS ESTÃO ACABADAS ? PORQUE MODIFICAR O PROJETO ORIGINAL ? (SE ERA BAAAO BOM ?)